As pessoas que inventaram Brasília não tinham qualquer intimidade com o cerrado e sua peculiar vegetação, e foi natural que usassem as árvores que conheciam de outras paragens para diminuir a impressão de deserto que o enorme canteiro de obras oferecia quando as obras iam ficando prontas.
São paus-ferro da mata atlântica, jambolões e mangueiras da Índia, ipês do Brasil inteiro, e tantas outras, resistindo na medida do possível aos rigores do clima. Na 104 sul tem uma araucária triste e desmilingüida e na 105 sul uma aroeira-salso que parece totalmente em casa.
Quando as chuvas começam, é necessária uma grande faxina pra eliminar as árvores que não estão muito bem e que ameaçam a segurança dos transeuntes e do patrimônio.
As árvores estão na vida da cidade como está a arquitetura. No começo da primavera eram as crianças e adultos de mãos e pés manchados de roxo, colhendo amoras.
Em novembro chamam a atenção os grupos de todos os tamanhos sob as mangueiras, arremessando paus, pedras e tudo mais que estiver por perto, pra tentar derrubar as mangas maduras que estão longe do alcance das mãos.
Perigo mesmo são as jaqueiras que começam a amadurecer seus frutos improváveis e que logo demandarão toda a atenção dos pedestres para evitar surpresas desagradáveis, tanto pelo cheiro como pela ameaça que representam à integridade física de todos.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
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