As pessoas que inventaram Brasília não tinham qualquer intimidade com o cerrado e sua peculiar vegetação, e foi natural que usassem as árvores que conheciam de outras paragens para diminuir a impressão de deserto que o enorme canteiro de obras oferecia quando as obras iam ficando prontas.
São paus-ferro da mata atlântica, jambolões e mangueiras da Índia, ipês do Brasil inteiro, e tantas outras, resistindo na medida do possível aos rigores do clima. Na 104 sul tem uma araucária triste e desmilingüida e na 105 sul uma aroeira-salso que parece totalmente em casa.
Quando as chuvas começam, é necessária uma grande faxina pra eliminar as árvores que não estão muito bem e que ameaçam a segurança dos transeuntes e do patrimônio.
As árvores estão na vida da cidade como está a arquitetura. No começo da primavera eram as crianças e adultos de mãos e pés manchados de roxo, colhendo amoras.
Em novembro chamam a atenção os grupos de todos os tamanhos sob as mangueiras, arremessando paus, pedras e tudo mais que estiver por perto, pra tentar derrubar as mangas maduras que estão longe do alcance das mãos.
Perigo mesmo são as jaqueiras que começam a amadurecer seus frutos improváveis e que logo demandarão toda a atenção dos pedestres para evitar surpresas desagradáveis, tanto pelo cheiro como pela ameaça que representam à integridade física de todos.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Táxis
O transporte público em Brasília não se encontra entre as melhores coisas da cidade. Digo isso embora nunca haja sequer entrado num ônibus por aqui.
Mas tenho certeza de os táxis não ficam muito atrás. Os motoristas em geral são um pouco mais delicados do que os de Porto Alegre, que certamente não têm competidor no quesito grossura e invariavelmente se pode ir ao aeroporto do melhor jeito possível (calado). Os carros são um horror. Sujos e caindo aos pedaços e a tarifa beira a extorção. O aeroporto é dentro da cidade, mas por algum desses mistérios que somente a relação de uma categoria como a dos taxistas com o poder público pode explicar, usa-se bandeira 2 em qualquer horário, independentemente da origem da corrida.
No primeiro semestre, após o governo do distrito federal anunciar não sem uma certa pompa a criação de uma linha de ônibus executivo ligando o aeroporto à zona central, houve uma vexaminosa volta atrás por pressão do sindicato dos taxistas e o aeroporto da capital do país vai continuar dependendo exclusivamente da frota de táxis mais precária entre todas as grandes cidades do país.
Na sexta passada tive que vir do aeroporto até em casa com a janela aberta apesar do chuvisqueiro, pois o cheiro não era exatamente dos mais agradáveis.
Em Brasília, se beber tente não ir de táxi.
Mas tenho certeza de os táxis não ficam muito atrás. Os motoristas em geral são um pouco mais delicados do que os de Porto Alegre, que certamente não têm competidor no quesito grossura e invariavelmente se pode ir ao aeroporto do melhor jeito possível (calado). Os carros são um horror. Sujos e caindo aos pedaços e a tarifa beira a extorção. O aeroporto é dentro da cidade, mas por algum desses mistérios que somente a relação de uma categoria como a dos taxistas com o poder público pode explicar, usa-se bandeira 2 em qualquer horário, independentemente da origem da corrida.
No primeiro semestre, após o governo do distrito federal anunciar não sem uma certa pompa a criação de uma linha de ônibus executivo ligando o aeroporto à zona central, houve uma vexaminosa volta atrás por pressão do sindicato dos taxistas e o aeroporto da capital do país vai continuar dependendo exclusivamente da frota de táxis mais precária entre todas as grandes cidades do país.
Na sexta passada tive que vir do aeroporto até em casa com a janela aberta apesar do chuvisqueiro, pois o cheiro não era exatamente dos mais agradáveis.
Em Brasília, se beber tente não ir de táxi.
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