sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pontes

Desde o final de 2002, ,quando se fala em ponte, em Brasília, logo vem à cabeça a ponto JK, a terceira ponte, a ponte que imita um seixo saltando na água, como na brincadeira de criança. Sem considerar-se o fato de que seu custo previsto era de 40 milhões de reais e que acabou custando 160 milhões e que, dizem, por conta dela faltou remédio no distrito federal, na época de sua conclusão, trata-se obviamente de um exagero de ponte. Foi a marca que o faraó Roriz I legou à capital. A ponte é inegavelmente bela, mas parece deixar sempre uma pergunta na cabeça de quem a observa: Será realmente necessário tudo isso para uma ponte?


A segunda ponte é que traz no seu desenho o espírito da cidade: a beleza na simplicidade das linhas; a sofisticação pela leveza. Ela parece tocar de leve a água, como quem atravessa com cuidado um vau, pisando delicadamente sobre as pedras que afloram à superfície. Fácil perceber tratar-se de uma obra de Oscar Niemeyer. Só não foi muito feliz na hora de ser batizada. A pobre se chama Ponte Costa e Silva. Tremendo azar receber justamente o nome de meu conterrâneo marechal, justamente aquele que mais se parecia a uma caricatura de ditador sul-americano e para quem leveza e delicadeza certamente não faziam parte de suas maiores preocupações.

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