sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Amazônida

rio Tapajós, da janela do hotel em Itaituba

Este ano, além de candango virei um pouco amazônida também.
Depois de quatro viagens a Itaituba/PA (4° 16' 33"S/55° 59'02"W), já começo a olhar o Tapajós com intimidade e me relacionar melhor com o mundo amazônico.
A primeira vez que fui a Itaituba pensei que nunca mais voltaria lá. O calor equatorial, o esgoto correndo a céu aberto, os urubus fazendo as vezes de pombas, tudo provocava um estranhamento que só foi passar depois da segunda viagem.
Precisa-se de um tempo pra ajustar o olhar sub-tropical à exuberância da floresta e entender o fascínio do ouro e sua presença na vida da região.
O estado praticamente não existe e há uma violência latente que frequentemente aflora, sendo normal as ameaças de morte e as histórias de pistoleiros. Mas por outro lado há uma delicadeza nas relações humanas, uma doçura no trato surpreendente e encantadora.
A Amazônia é como um vírus; depois de inoculado é impossível ficar indiferente a ela, sem esquecer as palavras de Conrad, que diz que "nos trópicos, antes de tudo deve-se manter a calma".